Inovação energética: um caminho essencial para a sustentabilidade global 55274l

*Artigo por Elcio Trajano Jr. 2q3m1n

A transição energética deixou de ser apenas um compromisso ambiental. Hoje, ela é um ponto de reflexão estratégico para empresas que desejam manter sua relevância diante de um cenário global cada vez mais pressionado por escassez de recursos, mudanças climáticas e exigências regulatórias. No setor florestal, esse movimento é ainda mais decisivo: estamos diante de uma oportunidade concreta de liderar uma transformação capaz de unir produtividade, segurança no fornecimento e responsabilidade ambiental.

O crescimento de 7,5% na demanda por energia no Brasil em 2024, segundo dados do ONS, não é um número isolado — é o reflexo direto de um país em expansão que precisa garantir estabilidade e eficiência em suas matrizes. Paralelamente, acordos internacionais, como os firmados na COP29, em Baku (Azerbaijão), reforçam o papel das fontes renováveis na construção de um novo modelo global. A meta de triplicar a capacidade mundial de energia renovável até 2030 e os US$ 300 bilhões anuais prometidos por países desenvolvidos para apoiar esse processo sinalizam um reposicionamento inevitável: ou investimos em novas soluções no campo da energia, ou ficamos para trás.

Na indústria de celulose e papel, essa escolha já se mostra inadiável. O setor possui um potencial singular de integração entre bioeconomia e geração limpa — seja pelo uso de biomassa ou pela adoção de tecnologias que valorizam o reaproveitamento de resíduos industriais. É nesse ponto que a sustentabilidade deixa de ser um valor abstrato e a a representar uma vantagem operacional estratégica.

Empresas, como a Eldorado Brasil, já enxergam a modernização da matriz energética como uma extensão natural do seu modelo de gestão sustentável. A Usina Termelétrica Onça Pintada (UTOP), inaugurada em 2021, é um exemplo de como temos levado isso a sério. Com capacidade instalada de 50 MW, ela utiliza troncos de eucalipto não aproveitados na produção de celulose para gerar eletricidade. Em 2023, foram entregues 317 mil MW ao Sistema Interligado Nacional — energia suficiente para abastecer uma cidade de mais de 2 milhões de habitantes. O que antes era resíduo, hoje é solução.

Além disso, fomos além ao implementar a primeira mini-hidrelétrica do mundo que gera energia a partir de efluentes tratados. Essa iniciativa pioneira não só reduz o impacto ambiental, como amplia sua autonomia operacional. Integrar diferentes fontes e otimizar cada insumo disponível faz parte da nossa visão sistêmica de futuro, que alia consistência técnica, responsabilidade coletiva e capacidade de adaptação em contextos desafiadores.

Alguns estudos recentes, como o da Brasil Biomassa (2024), apontam que o Brasil pode substituir até 50 TWh de combustíveis fósseis por bioeletricidade até 2035. Para isso, será necessário investir em escala, tecnologia e políticas públicas que favoreçam a previsibilidade. A indústria florestal pode — e deve — ocupar papel central nessa transição, deixando de ser apenas consumidora para se tornar provedora de energia renovável e competitiva.

Ações estruturantes para o compromisso da transição energética no setor produtivo precisam ser elaboradas para que o tema saia da retórica e ocupe o centro das decisões executivas — com investimento real, gestão eficiente e abertura para novas perspectivas. Encarar esse processo com seriedade e foco na sustentabilidade é fundamental para quem deseja ir além do acompanhamento do mercado e contribuir para sua evolução.


*Elcio Trajano Jr, é Diretor de RH, Sustentabilidade e Comunicação na Eldorado Brasil Celulose.

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